Servir na mística do amor



Todos nós, por força do nosso Batismo e vontade do próprio Deus, somos chamados ao serviço. Nossa missão é evangelizar, anunciar a Boa Nova de Jesus “a todos os povos”(Mt 28,19). No entanto, não podemos ter apenas a “ação pela a ação”. Ou seja, não podemos estar evangelizando apenas porque gostamos ou nos sentimos bem. Isso é bom, é um passo, mas é pouco demais. Em todos os outros setores da sociedade isto já acontece.

Na Igreja e, conseqüentemente, no Discipulado de Jesus Cristo, temos uma grande diferença e é o que está por trás de toda nossa ação: a mística. E esta mística é fruto do amor que temos por Jesus e pelo Movimento do qual fazemos parte.

Partindo deste princípio fundamental do amor, e vendo a passagem bíblica em que Jesus interroga Pedro a respeito de seu amor por Ele, para que ele possa ser pastor da sua Igreja(Jo 21,15-19), somos levados a fazer alguns questionamentos importantes: Quem pode servir a Jesus Cristo? Quem pode ser chamado de evangelizador? A quem podemos dar um serviço de frente dentro do projeto de evangelização do DJC?

Na verdade, só pode servir quem de fato ama a Jesus, a Igreja e também o DJC. Os serviços são distribuídos na medida do amor e da dedicação de cada pessoa.

O amor da pessoa é pelo DJC, mas, em última, definitiva e mais importante instância, é por Jesus e sua Igreja. Tanto que o nome de nosso Movimento é Discipulado de Jesus Cristo. Não é um discipulado que pertence a “fulano” ou a “beltrano”. O DJC pertence ao próprio Jesus. Foi Ele quem o fundou e é Ele quem, até hoje e sempre, o manterá, pelos desígnios de sua infinita misericórdia.

O DJC aceita, conforme mandato de Jesus, todas as pessoas, as acolhem e lhes dá amor; mostra a salvação e a vida nova. Não podemos, sob pena de estarmos contra Jesus, desprezar ninguém.

No entanto, para colocar uma pessoa para servir, temos que ter uma prudência e um discernimento a mais. Devemos meditar bem quem é o candidato, o amor que esta pessoa tem pelo DJC, qual seu carisma específico, etc Pois estas pessoas estarão tratando diretamente com vidas, e vidas muito preciosas para Deus!

Jesus tinha vários discípulos e, no entanto, só escolheu doze Apóstolos. Não escolheu os que estavam mais preparados, nem os mais santos, mas sim aqueles que o amavam mais. Isso não quer dizer que depois Judas, deixando-se levar pela influência de Satanás, não traiu Jesus ou impediu que Pedro o negasse três vezes ou que todos os discípulos, com exceção de João, um por um, o abandonassem durante sua paixão e crucifixão.

Porém, foram estes mesmos discípulos, teimosos e medrosos, mas cheios de amor, que logo após a certeza da ressurreição do Mestre e derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, deram suas vidas por meio do martírio e mostraram o grande o amor por Cristo que estava guardado dentro de seus corações.

O amor tudo supera, já dizia São Paulo. O amor supera a nossa fraqueza e a nossa miséria, porque não é simplesmente amor humano, mas amor que provém de Deus.

E, ao mesmo tempo, este amor traz consigo o compromisso e a dedicação. Na verdade a prova de que o nosso amor é verdadeiro só é obtida quando nos comprometemos e nos dedicamos com a edificação do Reino de Deus, partindo do carisma de grupo que Deus nos concedeu.


Para cada movimento dentro da Igreja o Senhor tem um plano específico. O DJC não foge a esta regra. Deus não é monótono, Ele é dinâmico. Deus gosta do novo. Não simplesmente um novo pelo novo, sem nenhuma serventia, só para se dizer que é o novo. Mas é um novo com um objetivo claro: para a salvação e bem de todos os filhos e filhas d’Ele.

Deus se introduz na nossa história e no nosso cotidiano. O DJC ao longo do tempo, com erros e acertos, vitórias e derrotas, mas com o “auxílio determinante do Espírito Santo”, vai construindo a sua história. Vamos sendo modelados; vamos criando cara e identidade. E é o próprio Deus quem nos vai moldando, podando, fazendo-nos descobrir a nossa identidade.

Se amar a Deus é amar ao próximo, é amar a grande fraternidade de irmãos, ou seja, o Movimento dentro da Igreja do qual fazemos parte, significa dizer que também devemos amar a proposta e o objetivo que este Movimento traçou para o seu projeto de evangelização e conseqüente colaboração para a implantação do Reino de Deus aqui mesmo na terra.

Todos os projetos de evangelização em todos os recantos da Igreja devem favorecer o anúncio de Jesus e de sua salvação. Se não for desta forma estará longe de sua missão e, na verdade, mesmo falando de Jesus, estará contra Ele.

O projeto de evangelização do DJC, com seu objetivo e metodologia, deve ser respeitado e amado sob pena de estarmos desrespeitando e deixando de amar o próprio Deus que colocou em nossos corações estas motivações provenientes do Espírito Santo. Devemos amar o nosso Movimento, pois assim estaremos amando a Jesus.

Graça e Paz!

Francisco Edmar de S. Silva
MGDI