Bento XVI anuncia tema da JMJ no Brasil



O Papa Bento XVI anunciou durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 24, o tema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013 que será realizada no Rio de Janeiro. “Ide e façais discipulos em todas as nações!”, uma referência ao Evangelho de Mateus (28,19).

Já para a Jornada diocesana do próximo ano, o Pontífice deu como tema uma passagem da Carta aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor!” (4,4).

Durante o encontro com os fiéis e peregrinos no pátio interno do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, o Santo Padre recordou com entusiasmo a JMJ em Madri e enfatizou que estes dias lhe trouxeram mais esperança quanto ao futuro da Igreja.

Fonte: Canção Nova

Mensagem do Bento XVI para a Jornada Mundial da Juventude em Madri na Espanha (parte I)


É muito importante que os jovens do DJC possam meditar na profundidade das palavras de Bento XVI e, a partir delas, sentirem-se impelidos para uma grande e necessária evangelização para os nossos jovens.

"Em cada época, também em nossos dias, numerosos jovens sentem o profundo desejo de que as relações interpessoais sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração de construir relações autênticas de amizade, de conhecer o verdadeiro amor, de fundar uma família unida, de adquirir uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Ao recordar minha juventude, vejo que, na verdade, a estabilidade e a segurança não são as questões que mais ocupam a mente dos jovens.

Sim, a questão do lugar de trabalho, e com ela a de ter o futuro assegurado, é um problema grande e premente, mas ao mesmo tempo a juventude segue sendo a idade na qual se busca uma vida maior. Ao pensar em meus anos de então, simplesmente, não queríamos perder-nos na mediocridade da vida aburguesada. Queríamos o que era grande, novo. Queríamos encontrar a vida mesma em sua imensidão e beleza. Certamente, isso dependia também de nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e a guerra, estivemos, por assim dizer, "encerrados" pelo poder dominante.

Por isso, queríamos ir para fora, para entrar na abundância das possibilidades do ser homem. Mas creio que, em certo sentido, este impulso de ir mais além do habitual está em cada geração. Desejar algo mais que a cotidianidade regular de um emprego seguro e sentir o desejo do que é realmente grande faz parte do ser jovem. Trata-se somente de um sonho vazio que desaparece quando uma pessoa se torna adulta? Não, o homem, na verdade, está criado para o que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: nosso coração está inquieto, até que não descanse em Ti.

O desejo da vida maior é um sinal de que Ele nos criou, de que levamos sua "marca". Deus é vida, e cada criatura tem a vida; de um modo único e especial, a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira ao amor, à alegria e à paz. Então, compreendemos que é um contrassenso pretender eliminar a Deus para que o homem viva. Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, privar-se da plenitude e da alegria: "sem o Criador, a criatura se dilui" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição Gaudium et Spes, 36).

A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir a Deus, ou a considerar a fé como um ato privado, sem nenhuma relevância na vida social. Embora o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho – como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família -, constata-se uma espécie de "eclipse de Deus", uma certa amnésia, mais ainda, uma verdadeira rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder aquilo que mais profundamente nos caracteriza.

Por esse motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja. Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes e bases sólidas. Isso é verdade, especialmente hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir sua vida, sentindo-se assim profundamente inseguros.

O relativismo que se difundiu, e para o qual tudo dá no mesmo e não existe nenhuma verdade, nem um ponto de referência absoluto, não gera verdadeira liberdade, mas instabilidade, desajuste e um conformismo com as modas do momento. Vós, jovens, tendes o direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer vossas opções e construir vossa vida, do mesmo modo que uma planta necessita de um apoio sólido até que cresçam suas raízes, para se converter em uma árvore robusta, capaz de produzir fruto."

Papa Bento XVI