“Os meios de comunicação, em geral, não substituem as relações pessoais nem a vida comunitária. No entanto, os sites podem reforçar e estimular o intercâmbio de experiências e de informações que intensifiquem a prática religiosa através de acompanhamentos e orientações” (Documento de Aparecida, nº489)
Os avanços experimentados pela sociedade do nosso tempo têm forçado, de maneira cada vez mais acelerada, a inserção de todos no mundo digital.
A pressão é tão monstruosa que chega-se a falar em “analfabeto digital” e “exclusão digital”, referindo-se àqueles indivíduos que, por vontade própria ou falta de oportunidades, não conseguem ter acesso a gama de informações que são disponibilizadas, ininterruptamente, por este veículo mundial de informação.
As gerações passadas jamais imaginaram que chegaríamos a este ponto. De uma sociedade sem muita conectividade passamos a uma sociedade extremamente conectada. Todos os recantos do mundo podem ser acessados e conhecidos da cadeira da casa ou da Lan House e da tela de um computador, sem que seja preciso despender grandes quantidades de dinheiro ou tempo. Temos a sensação de termos o mundo ao nosso alcance. E de alguma forma, mesmo que de modo virtual, o temos.
Por isso, mais do que os avanços experimentados pela humanidade anteriormente, a internet possibilitou, pelo menos no campo teórico, uma diminuição das desigualdades no acesso às informações veiculadas, seja a nível nacional ou internacional.
É perfeitamente possível, desde pessoas muito pobres até aqueles que dispõem de grande fortuna, acessarem e manterem informações suas na rede mundial de computadores. É só lembrarmos-nos dos sites de relacionamentos e de busca, dos blogs e e-mails, e assim por diante.
Tal revolução alcançou também à evangelização. Desta forma a Igreja, com todos os seus organismos, adentram cada vez mais na Era Digital, fazendo bom uso desta ferramenta espetacular que é a internet: “a internet, vista dentro do panorama da comunicação social, deve ser entendida na linha já proclamada no Concílio Vaticano II como uma das ‘maravilhosas invenções da tecnologia’. Para a Igreja, o novo mundo do espaço cibernético é uma exortação à grande aventura da utilização de seu potencial para proclamar a mensagem evangélica. Este desafio está no centro do que significa, no início do milênio, seguir o mandado do Senhor, de ‘avançar para águas mais profundas’ (Lc 5,4)” (DA, nº 487).
E aqui reside, invariavelmente, o compromisso dos cristãos com a internet: usá-la para o bem. Ela servirá de suporte para promovermos os bons valores e a mensagem salvífica de Jesus. Muitos a usam para disseminar os maus costumes, incitar a violência, fazer apologia ao crime, desviar os jovens de sua plena realização pessoal, fomentar a prática de orgias e adultérios. Nós deveremos prosseguir na contramão.
Por tudo isso, o Discipulado de Jesus Cristo não pode se dá ao luxo de desprezar a internet. Pelo contrário, com muito discernimento e tendo como horizonte maior o evangelho e a nossa vocação e missão, devemos utilizar constantemente esta ‘maravilhosa invenção tecnológica’ para promover o reavivamento e desenvolvimento integral de todos os discípulos-missionários de Jesus, de tal forma que possamos cumprir, com bom êxito, a nossa missão dentro da grande Igreja de Cristo.
Já temos a nossa disposição o site e os blogs. Embora estes meios não suplantem os outros já concedidos por Deus (Irmanador, MOPDs e etc.), eles diminuem distâncias e favorecem o fortalecimento da unidade no nosso trabalho de evangelização, pois algo postado em qualquer parte do Brasil ou do mundo poderá ser acessado por todos os membros do DJC em tempo real.
Sempre com muito discernimento, formações e informações podem ser disponibilizadas, pelos mais diversos organismos autorizadas pelo próprio DJC, e utilizadas no dia-a-dia da missão, desde um encontro de FVC até grandes eventos de evangelização.
Os Conselheiros, Articuladores, Coordenadores e DCA’s deverão ser os primeiros a incentivarem o uso da internet dentro do DJC, como meio de evangelização. O objetivo não é excluir ninguém. Que não sabe ou não pode acessar será tratado da mesma forma. O que se está fazendo é preparando o DJC para o futuro, pois o futuro da humanidade passará, inexoravelmente, pelo domínio da internet.
Peçamos ao Senhor que, de passo em passo, todo o DJC possa fazer bom uso da internet. Já estamos entrando ‘nesta onda’, mas precisamos fazer isso de maneira mais rápida e eficaz. Além de adentramos devemos ensinar os outros a fazerem o mesmo.
Por fim, encerramos com a palavra oficial da Igreja: “Como os outros instrumentos de comunicação, ele é um meio e não um fim em si mesmo. A Internet pode oferecer magníficas oportunidades de evangelização, se usada com competência e uma clara consciência de suas forças e fraquezas”(DA, nº 488)
Francisco Edmar de S. Silva
Ministro Geral de Desenvolvimento Integral