Parabéns Padre Marcos



O filósofo grego Antístenes (445 a.C - 365 a.C), de cujas obras restaram apenas fragmentos, dizia que "a gratidão é a memória do coração".

O meu coração, em particular, e creio que o coração de todos aqueles que fazem parte do DJC, tem memória e, portanto, tem gratidão por tudo o que o padre Marcos faz e representa para cada um de nós.

Sacerdote que deu seu Sim e na simplicidade do dia a dia tem cumprido com bom êxito a sua missão. E a partir dele, do seu exemplo de vida, muitos outros têm encontrado condições favoráveis para também dar o seu sim.

O que tenho de mais importante na vida hoje, a semente da salvação, eu agradeço a Jesus que um dia enviou o padre Marcos para a (ainda) Área Pastoral de São Francisco no Canindezinho, para plantá-la no meu coração.

Nas concordâncias e discordâncias do cotidiano, só tenho a dizer: muito obrigado padre Marcos, pela sua vida e missão. Que Deus o abençoe cada vez mais. Que sua vida, a exemplo de muitos dentro da Igreja, continue sendo esse canal de benção e graça para muitas pessoas.

Francisco Edmar
AGDI

Carisma e amor: dois grandes pilares da evangelização



Todos nós, por força do nosso Batismo e vontade do próprio Deus, somos chamados ao serviço. Não existe nenhum discípulo de Jesus, após ser batizado, que não seja convidado a anunciá-lo. Assim sendo, todos nós que somos batizados possuímos a missão intrínseca de evangelizar, anunciar a Boa Nova de Jesus “a todos os povos” (Mt 28,19). A nós cabe o assentimento, o sim. E muitos de nós temos dado esse sim. Tem crescido em nosso meio, de modo particular, o grupo de DCAs. Mas no sim, na maneira como o damos e prosseguimos, está o nosso maior ponto de reflexão. Para o bem de todo o nosso trabalho de evangelização é aqui que devemos nos ater.

Já que somos chamados à evangelização somos também levados a fazer alguns questionamentos importantes: Quem pode servir a Jesus Cristo? Quem pode ser chamado de evangelizador? A quem podemos dar um serviço de frente dentro do projeto de evangelização do DJC?

Está mais do que claro que não podemos ter apenas a “ação pela a ação”, aquele ativismo desenfreado que não produz frutos, mas somente cansaço e ilusão. Em outras palavras, não podemos estar evangelizando apenas porque gostamos ou nos sentimos bem. Isso é bom, é um passo, mas é pouco demais. Em todos os outros setores da sociedade isto já acontece. Se fizéssemos somente dessa maneira não poderíamos cumprir com bom êxito a missão concedida por Jesus, uma vez que não seriamos muito diferentes do que já existe por ai a fora. Muito menos podemos evangelizar como fuga ou apenas como simples diversão, ou seja, algo a mais que fazemos, pois na Igreja e, conseqüentemente no DJC, temos uma grande diferença e é o que está por trás de toda nossa ação: a mística. A mística nos concede, ao mesmo tempo, os carismas e o amor necessários para a evangelização. Na verdade são estes dois pilares que sustentam a distribuição de serviços na Igreja e conseqüentemente no DJC.

O primeiro deles é o carisma. Não dá para servir apenas porque se gosta ou se quer. Existem pessoas muito boas que desejam servir em determinado ministério, mas não possuem carisma, não têm jeito para coisa. E se não tem jeito não podem contribuir muito com a missão. Muito pelo contrário, correm o risco, mesmo tendo bom gosto, de atrapalhar. Por isso, o carisma é um dos pilares de sustentação para a distribuição de serviços dentro do DJC.

O segundo, e não menos importante, é o amor. Da mesma forma que tem gente que tem amor, mas não tem carisma, tem gente que tem carisma, mas não tem amor. Aqueles que não têm carisma, mas têm amor, correm o risco de atrapalhar a missão. Porém, aqueles que possuem carisma, mas não possuem amor, certamente irão atrapalhar, uma vez que não conseguem se sacrificar pela Obra. Estão, muitas vezes, por estar. Não possuem compromisso fincado no sacrifício. São pessoas que sempre encontram uma desculpa para tudo; que faltam os encontros do DJC deliberadamente, sob qualquer pretexto; que não contribuem financeiramente, mas possuem muito dinheiro para passear e freqüentar bares e restaurantes; que só querem estar presentes nos grandes momentos; que são incapazes de transportar uma mesa ou uma cadeira; que não falam bem do DJC, muito pelo contrário falam mal e tentam derrubá-lo, e assim por diante.

Assim sendo, só pode servir quem tem carisma e quem de fato ama a Jesus, a Igreja e também o DJC. Os serviços são distribuídos na medida do carisma, do amor e da dedicação de cada pessoa. O amor da pessoa é pelo DJC, mas, em última, definitiva e mais importante instância, é por Jesus e sua Igreja. Tanto que o nome de nosso Movimento é Discipulado de Jesus Cristo. Não é um discipulado que pertence a “fulano” ou a “beltrano”. O DJC pertence ao próprio Jesus. Foi Ele quem o fundou e é Ele quem, até hoje e sempre, o manterá, pelos desígnios de sua infinita misericórdia.

O DJC, conforme mandato de Jesus, aceita todas as pessoas, as acolhe e lhes dá amor; mostra a salvação e a vida nova. Não podemos, sob pena de estarmos contra Jesus, desprezar ninguém. No entanto, para colocar uma pessoa para servir, temos que ter uma prudência e um discernimento a mais. Devemos meditar bem quem é o candidato, o amor que esta pessoa tem pelo DJC, qual seu carisma específico e etc, pois estas pessoas estarão tratando diretamente com vidas, e vidas muito preciosas para Deus!

Jesus tinha vários discípulos e, no entanto, só escolheu doze Apóstolos. Não escolheu os que estavam mais preparados, nem os mais santos, mas sim aqueles que o amavam mais. Isso não quer dizer que depois Judas, deixando-se levar pela influência de Satanás, não traiu Jesus ou impediu que Pedro o negasse três vezes ou que todos os discípulos, com exceção de João, um por um, o abandonassem durante sua paixão e crucifixão. Porém, foram estes mesmos discípulos, teimosos e medrosos, mas cheios de amor, que logo após a certeza da ressurreição do Mestre e derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes (foi ali que receberam os carismas), deram suas vidas por meio do martírio e mostraram o grande o amor por Cristo que estava guardado dentro de seus corações.

O carisma, iluminado pelo amor, tudo supera, já dizia São Paulo. Supera a nossa fraqueza e a nossa miséria, porque não é simplesmente amor humano, mas amor que provém de Deus. E, ao mesmo tempo, este amor traz consigo o compromisso e a dedicação. Na verdade a prova de que o nosso amor é verdadeiro só é obtida quando nos comprometemos e nos dedicamos com a edificação do Reino de Deus, partindo do carisma de grupo que Deus nos concedeu.

Para cada movimento dentro da Igreja o Senhor tem um plano específico. O DJC não foge a esta regra. Deus não é monótono, Ele é dinâmico. Deus gosta do novo. Não simplesmente um novo pelo novo, sem nenhuma serventia, só para se dizer que é o novo. Mas é um novo com um objetivo claro: para a salvação e bem de todos os filhos e filhas d’Ele. É por isso que ele vai concedendo, ao longo da história, carismas novos e velhos, para as diversas instituições da Igreja a fim de que elas continuem anunciando a salvação em Cristo Jesus.

O DJC ao longo do tempo, com erros e acertos, vitórias e derrotas, mas com o “auxílio determinante do Espírito Santo”, vai construindo a sua história. Vamos sendo modelados; vamos criando cara e identidade. E é o próprio Deus quem nos vai moldando, podando, fazendo-nos descobrir a nossa identidade, a partir do nosso sim e da nossa disponibilidade para querer crescer e sair da mesmice.

Assim sendo, o projeto de evangelização do DJC, com seu objetivo e metodologia, deve ser respeitado e amado sob pena de estarmos desrespeitando e deixando de amar o próprio Deus que colocou em nossos corações estas motivações provenientes do Espírito Santo.

Francisco Edmar
AGDI