Obediência Cristã - parte I




A nossa obediência cristã (a Deus e aos irmãos) encontra seu sentido mais profundo, ou seja, a sua razão de ser, em duas pessoas: Jesus e Maria.

Maria, por meio do Dom da Obediência, abriu as portas da Salvação para a humanidade. Jesus, o obediente por excelência, consumou a salvação para todo o gênero humano. É deste ponto que partimos!

A obediência mortifica aquilo que de pior nós temos: egoísmo, vaidade, auto-suficiência, prepotência, egocentrismo... Todos estes pecados são amados pelo Diabo, mas derrotados pela força da obediência.

A obediência não nos sufoca. Ao contrário, abre novos horizontes. Quando cultivamos a obediência somos como que obrigados a sairmos de nós mesmos, do nosso mundo, daquilo que supomos e mergulharmos na humildade. Ou seja, saímos do nosso egoísmo e egocentrismo e começamos a enxergar um ‘outro mundo’ para além daquele que havíamos formulado na nossa cabeça. Este é um excelente exercício que nos fazem crescer como discípulos.

Humanamente, obedecer é humilhar-se. Espiritualmente a humildade é a virtude mais amada por Deus. Por meio dela temos portas abertas para receber todos os outros dons. Maria foi agraciada por Deus justamente por conta da sua humildade(Lc 1,48-49.51-52.55). Através da humildade Maria Santíssima não recebeu somente mais dons, mas O DOM.

A obediência é fruto concreto do amor. Se amamos alguém, quando do nosso erro, somos capazes de reconhecer a nossa fraqueza, pedir perdão e escutar com atenção o que ela tem a nos dizer(já que a palavra obediência vem das palavras hebraicas obedecere e obdaudire, ou seja, escutar de perto, escutar ao pé).

Quando amamos os nossos pais somos capazes de obedecê-los. Quando amamos a Obra de Deus somos capazes de obedecer. Quando amamos o DJC somos capazes de obedecer às sua diretrizes e àquelas pessoas que o próprio Deus chamou para nos guiar(1Ts 5,12-13).

A obediência também é fruto de uma vida espiritual madura. Quanto mais meditamos a Palavra de Deus e rezamos, mais vamos entendendo, misticamente, o sentido sublime da obediência.

Por fim, a obediência é fruto de uma maturidade humana. Quanto mais madura na vida é uma pessoa, mais ela tem consciência de que, para o reinado de um bem maior, é preciso que haja obediência.

Isto se dá de maneira gradual. Quanto mais vamos tomando consciência do chamado de Deus; quanto mais vamos descobrindo o por quê estamos aqui na terra com este determinado carisma, mas vamos compreendendo a necessidade de sermos obedientes, uma vez que passamos a entender que a obediência esta ordenada para duas finalidades maiores: para o plano individual(nossa própria salvação) e para o plano coletivo(evangelização/salvação).

Graça e Paz!
Francisco Edmar - MDI

Virtudes e dons do Espírito Santo





Virtude é o hábito do bem, isto é, disposição estável para agir bem.

Opõe-se ao vício - que é o hábito do mal.

Virtudes naturais são adquiridas pelo exercício e aperfeiçoamento de dons naturais. Desenvolvem-se pelo esforço da vontade, agindo sobre a aptidão específica. Por exemplo, a virtude de um bom pintor.

Virtudes sobrenaturais são as que, pela graça santificante, recebemos de Deus, tendo por fim nossa eterna salvação. Não dependem de nosso esforço - ao nos dar a graça, Deus as infunde em nossa alma. Devemos, porém, desenvolvê-las.

Virtudes teologais são infusas (ou sobrenaturais). Vêm de Deus e nele têm seu objeto imediato. São a Fé, a Esperança e a Caridade. Recebemo-las com a graça do Batismo, e, em maior abundância, com a da Confirmação.

Virtudes morais são diretamente ligadas aos costumes - ligam-se a Deus, de modo indireto. Podem ser naturais, isto é, que se alcançam por meios naturais, ou sobrenaturais, pelo efeito da graça.

Dentre essas virtudes, destacam-se a Prudência, Justiça, Força e Temperança. Todas as outras virtudes morais derivam-se dessas quatro. Sem a prática dessa virtudes ninguém pode entrar na vida de perfeição". Recebidas no Batismo, são infusas (ou sobrenaturais) - recebemo-las com a graça santificante.



"Ter fé numa coisa, é aderir a ela, por causa da afirmação de outrem, sem podermos conferir pessoalmente. Se a afirmação é de nossos semelhantes, nossa fé é humana. Se a afirmação é de Deus, trata-se de fé divina.

É praticamente impossível viver sem fé. Não existe quem só creia no que pode conferir. Acreditamos em bulas de remédios e em tabuletas de ônibus. Esta fé é humana - e dela precisamos para viver como homens.

Para vivermos como filhos de Deus, precisamos da fé divina, da Fé, virtude teologal que nos leva a crer na palavra de Deus, no que o Verbo revelou e a Igreja ensina. Como virtude teologal, seu objetivo imediato é Deus.

A Fé - Virtude teologal é infusa (é recebida no Batismo), sobrenatural em seu princípio e seu fim (Deus). "Não é uma busca, mas uma posse". "É um encontro da alma com a Verdade de Deus". "Deus nos capacita a crer em Deus - não círculo vicioso: é circulação de amor".

Esperança

No sentido amplo, é a expectativa de um bem que se deseja. Em sentido restrito, aqui empregado, é virtude sobrenatural que nos dá firme confiança para alcançarmos a felicidade eterna e obtermos os meios de consegui-la. Seu princípio é a graça e Deus é o seu fim. Faz-nos passar pelo mundo "como se não fôssemos do mundo" - sem nos prender a ele.

O demasiado apego a coisas mundanas, a sofreguidão na busca de prazeres, a busca de soluções unicamente materiais para todos os problemas - tudo isso são sinais de desespero. A Esperança - virtude cristã - leva-nos a "passar no mundo, sem nos prender a ele; a pisar de leve, para não se prender no lodo; a possuir como se não possuísse. Não se trata pois, de esperar nos homens, mas de esperar em Deus e com Deus.

Caridade

É a maior das virtudes. (Leia-se a 1º. Epístola de S. Paulo aos Coríntios, cap. 13). Romperá as portas da eternidade e para sempre viverá. No Céu, a Fé será substituída pela visão de Deus; a Esperança, pela sua posse - mas o Amor viverá eternamente.

É a virtude sobrenatural que nos faz amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, pelo amor de Deus. Tem em Deus seu objetivo e seu fim principal. Por causa desse amor a Deus, leva-nos a amar o próximo como a nós mesmos. Assim, aí, encontra-se uma ordem no amor: Deus, acima de tudo, em primeiro lugar; depois, nós mesmos e, em seguida, o próximo. Sim, antes de nos perguntar pelo que fizemos dos outros ou com os outros, Deus nos perguntará pelo que fizemos dos dons que Ele nos deu, o que fizemos de nós mesmos.

Antes de sermos responsáveis pelos outros, cada um é responsável pela própria alma - e é nesse sentido que o amor a si mesmo vem antes do amor do próximo. Trata-se do bom amor de si mesmo, relacionado com nossa alma imortal e seu destino; amor de si mesmo, pelo que nós somos principalmente: filhos de Deus, ao Céu destinados.

Não se trata, pois, de egoísmo ou amor-próprio, que, no sentido mais empregado, é o mau amor de si mesmo, por motivos secundários, desprovidos de real importância (por causa de beleza, inteligência, cultura, etc.)

Em terceiro lugar, vem o amor ao próximo. Este deve ser amado por amor a Deus e em Deus - e, também, pelo que possui de mais importante: sua alma imortal, com imagem e semelhança divina. Este é o verdadeiro amor ao próximo que, acima de nacionalidade, posição social, cor da pele, etc, abrange todos os homens. É o amor verdadeiro, centelha do amor de Deus. É a verdadeira Caridade, a que levou S. João Gualberto a amar seu inimigo e S. Francisco de Assis a beijar um leproso. Leva-nos a imitar o Mestre que nos disse e nos mostrou que Deus é Amor.

Prudência

É a virtude que nos faz conhecer e praticar, oportunamente, o que é bem. A Prudência sabe escolher meios, ajeitá-los ao fim que pretende. Aproveita a hora propícia, o lugar acertado. Não dá passos errados. Nisso tudo, é virtude moral natural.

Tornar-se-á sobrenatural quando, ainda fazendo isso mesmo, estiver iluminada pelo brilho da fé, auxiliada pelo concurso da graça, e referir tudo à meta suprema da eterna salvação. No Batismo a recebemos como virtude infusa - é fruto da graça recebida. Prudência não tem, pois, o sentido vulgar e mesquinho que, às vezes, lhe emprestam. É a virtude do reto agir. É racional e honesta. Justamente, é considerada como a "rainha das virtudes morais".

Encontram-se, na Prudência, três elementos:

Reflexão - O homem prudente pensa antes de agir - e o cristão, além disso, reza. Calcula os prós e contras, considera ensinamentos da experiência (própria e alheia).

Determinação - O homem prudente, depois de pensar, toma uma decisão. (As virtudes são correlatas. Aqui, a força ajuda).

Realização - O homem ao examinar bem um assunto e decidir-se sobre ele. Só se torna um ato de Prudência quando realizado. (Também, aqui, entra o auxílio da força.)

Contra a Prudência, pode-se pecar por insuficiência ou por excesso. No primeiro caso, há irreflexão (quando não se pensa bem) ou descuido (quando não são empregados meios devidos para a realização - tornando-a imprudente).

No segundo caso, encontra-se a astúcia - "mascara da prudência", usada para fins repreensíveis e a prudência do século que, absorvida por interesses materiais, esquece os objetivos espirituais. Liga-se a um demasiado zelo pelo futuro (temporal) e conseqüente descuido pela vida eterna.

Em nossos dias, sob diversos aspectos, é a deturpação da Prudência que mais encontramos - apesar do aviso de Cristo: "Procurai, primeiro, o reino de Deus e sua justiça, que tudo o mais vos será dado de acréscimo" (Mt 6, 25-33).

Justiça

É a virtude que nos leva a dar, a cada um, o que lhe é devido. Abrange todas as nossas obrigações para com Deus e para com o próximo, isto é, a religião inteira. Por isso é que, no Antigo Testamento, os homens virtuosos são chamados de homens "justos". Não ignoravam os judeus que a justiça importa em fidelidade a todos os preceitos da Lei.

Também Nosso Senhor tinha em mira este mesmo sentido, quando proclamou "bem –aventurados os que têm fome e sede de justiça, e por causa dela sofrem perseguições" (Mt 5, 6-10), e quando insta, junto dos discípulos, para que se preocupem, antes de tudo, com o "reino de Deus e sua justiça" (Mt 6, 33).

Força

É a virtude que nos dá energia diante dos obstáculos da vida e dos que se encontram dentro de nós mesmos. Aliás, para enfrentar bem aqueles é preciso, primeiro, dominar estes. O orgulho, a cobiça, a sensualidade e outras inclinações congêneres devem ser enfrentados com fortaleza – isso nos tornará mais aptos, mais fortes diante das dificuldades externas da vida.

Temperança

É a virtude que refreia o desejo dos gozos sensíveis, especialmente do gosto e tato. Leva-nos a usar os bens temporais na medida em que servem de meio para atingir os bens eternos. O prazer sensível não é mal, em si – o mal está na sua procura desordenada e desvinculada do nosso verdadeiro fim.

Opõem-se à Temperança a gula e a impureza – que embrutecem, degradam, atingido o homem na alma e no corpo. A virtude da Temperança nos faz sóbrios e castos. Pelo exercício do autocontrole, leva-nos à contenção do orgulho – princípio de todo pecado – e, portanto, à prática da humildade – virtude fundamental, que a ele se opõe.

As virtudes teologais nos levam diretamente a Deus, As morais, indiretamente, também nos levam a Ele. Por Seus Dons, o Espírito Santo nos ajuda neste caminho – caminho que conduz ao Céu.

Estes 7 dons são mencionados por Isaías (Is 11, 3), referindo-se a Cristo – que os tem em plenitude. É pelos méritos de Cristo que os recebemos do Espírito Santo.

Conheça o sentido de cada Dom:

Sabedoria

É o que nos dá o gosto das coisas divinas. Sábio é o que bem hierarquiza valores. O que coloca em primeiro lugar o que realmente está em primeiro lugar. Liga-se à maior de todas as virtudes – a Caridade – pois que a grande Sabedoria está no Amor.

Conselho

É o Dom do discernimento. Em situações difíceis. Faz-nos reconhecer e encontrar a vontade de Deus. Lembra juízo e bom senso. Liga-se à Prudência.

Inteligência

É o que nos leva a perceber a Verdade onde ela se encarta. Embora sem desvendá-los, ajuda-nos a aceitar os mistérios da Religião. É como que o instinto da Verdade. É o Dom que nos faz convictos. Liga-se à Fé.

Força

Dá-nos energia para superar obstáculos a fim de cumprir a vontade de Deus. É o Dom que Maria teve no mais alto grau quando, de pé, no Calvário, assistiu à morte de seu Filho. Foi o Dom de S. João Nepomuceno, preso e torturado com ferro em brasa, por não revelar um segredo de confissão. É ligado à virtude do mesmo nome.

Ciência

Leva-nos a compreender a Religião, sem estudos especiais. O santo Cura D’ars a possuiu em alto grau. S. Tomás de Aquino afirmava Ter aprendido mias aos pés do altar, que nos livros. Não se trata de ciência humana. Trata-se, ao contrário, da noção da indigência do ser criado. Liga-se ao dom das Lágrimas (porque nos vemos como somos) e a virtude da Esperança (porque conhecemos os efeitos da graça de Deus em nós, capaz de nos aperfeiçoar e nos fazer conquistar o Céu).

Piedade

Dá-nos uma atitude filial diante de Deus. Leva-nos a desejar sempre o que for mais perfeito, como o mais justo diante do Pai. Liga-se à Justiça.

Temor de Deus

É o temor de desagradar ao Bem Supremo. Teme-se por amor, e este amor nos faz cautelosos, e nos dá equilíbrio. Liga-se a Temperança e, portanto, à Humildade – virtude básica para a Vida cristã, justificando, assim, a sua definição na Sagrada Escritura: "O temor de Deus é o princípio da Sabedoria".

Ministério Geral de Desenvolvimento Integral





Graças a Deus e ao esforço de muitas pessoas (na sua maior parte humilde, mas comprometidas) o Discipulado de Jesus Cristo tem dado muitos passos. A sua própria existência durante estes anos todos, já é uma vitória da misericórdia do Senhor sobre as nossas fraquezas.

No decorrer de sua história o DJC tem se expandido (quantidade) e amadurecido (qualidade). De passo em passo, estamos nos organizando: algumas pessoas saem, outras entram... e a missão continua, sem desânimos ou rancor no coração. Caso contrário, não poderíamos ser chamados de discípulos de Jesus. Quem saiu continua sendo companheiro de caminhada, embora em ‘casas’ diferentes. Esta é a riqueza da Igreja que nunca poderá ser perdida. Em relação a eles o DJC só tem o sentimento de agradecimento.

Quanto ao DJC ele continua a sua caminhada. Ora com acertos, ora com erros, mas sempre com o olhar fixo em Jesus e na sua própria Vocação e Missão. Estamos nos fortalecendo em cada localidade, realizando os Encontros Vocacionais para o Compromisso de Aliança, rezando e melhorando os nossos Estatutos, promovendo eventos de evangelização (tanto a nível local como geral), nos fortalecendo na fraternidade, aprimorando os nosso blogs, colocando no ar o nosso programa semanal na internet, editando os nossos subsídios e etc. E, sem sombra de dúvidas, com a Graça de Deus, a tendência é o crescimento. Com aqueles que estão descobrindo a real razão de ser do DJC dentro da Igreja, continuaremos caminhando sempre para frente.

E é neste contexto que se encaixa o meu Ministério. Ele me confiado pelo DJC, através do meu Acompanhante Geral e do Conselho Geral, justamente para promover o ‘Desenvolvimento Integral do DJC’. Sem muito idealismo, mas também sem pessimismo e agindo na prática mais do que na teoria, me coloco a disposição de todo o DJC para ajudá-lo a cumprir com o êxito a sua Vocação e Missão nos seus mais variados organismos e localidades.

Por isso, na medida das minhas possibilidades e amparado pela infinita misericórdia de Jesus, a quem de fato pertence o DJC, desejo exercer o meu Ministério com muito amor, mística e parresia.

Graça e Paz a todos!