Os cristãos e os meios de comunicação (parte I)



Não se engane. Nada na imprensa é feita por acaso. Por trás de cada notícia e de cada programa existe um interesse implícito. Até mesmo aqueles programas mais simples, que parecem desprovidos de qualquer interesse, tem uma meta, um objetivo a ser alcançado.

Quem patrocina estes programas só o fazem porque sabem que existirá um retorno. E como sabemos que para promover um programa é necessário um alto investimento (porque tudo na TV é muito caro), não é de se estranhar que estes empresários só o façam mediante um retorno, seja ele a curto, médio ou longo prazo.

Um dos principais objetivos que a mídia atual tenta alcançar é o de secularizar a humanidade.

E isso não é algo recente. Não é de hoje que grande parte dos meios de comunicação seja ela escrita, falada ou televisionada, tem como linha principal de ação deturpar o sentido da religião.

Por trás dos sorrisos e entrega de prêmios encontramos uma trama que, como não é explicita, passa despercebida aos nossos olhos. E não se trata de algo fantasioso, fora da realidade, mas bem próximo a nós.

Embora existam aqueles que mostram a que se destinam de modo declarado, muitos dos programas são muito sutis. Assim, programações com roupagem familiar, lúdica e de simples entretenimento, têm como finalidade tirar Deus do coração do homem e torná-los ateus práticos, embora participando de algumas atividades religiosas. Temos que ter muito cuidado.

Não podemos nos esquecer dos vários meios de comunicação que, mesmo não tendo nenhum vínculo religioso, ajudam a promover bons valores humanos por meio de sua excelente programação, bem como deixar de destacar as TV’s católicas que, por força da vocação, além de difundir bons valores humanos, repassam também valores evangélicos.

No entanto, estes formam a exceção, não somente a nível nacional, mas também a nível mundial. A grande maioria da mídia caminha em sentido oposto.

Basta uma breve verificação com olhar cristão para vermos o quanto de mal a programação de certas emissoras produz. Especialmente males em longo prazo, na formação da personalidade e do caráter de crianças e adolescentes, bem como a deformação da mentalidade já formada em adultos. É um caso sério e que não podemos deixar de meditar, sob pena de estarmos sendo “inimigos da cruz de Cristo”(Fl 3,18), como dizia São Paulo.

Quase tudo do que somos hoje como adultos adquirimos quando ainda éramos crianças ou adolescentes. O restante (só pequenos ajustes) foi sendo modelado a partir do que tinha sido deixado registrado na nossa personalidade e caráter por nossa família e meio em que vivíamos, enquanto estávamos em processo de formação. A mesma coisa vai acontecer com as crianças e adolescentes de hoje.

Devemos ficar com olhos abertos porque é nesta fase que incutimos os valores que irão nortear toda nossa vida. Formaremos aqui o nosso interior. Se ele for mal formado toda a nossa existência estará comprometida.

Todas as coisas na vida cristã, inclusive a determinação daquilo que chega aos nossos olhos e ouvidos por meio da TV e de outros meios de comunicação social, devem passar pelo crivo do discernimento no Espírito Santo: “discerni tudo e ficai com que o é bom” (Ts 5,21).

Muitas pessoas, sobretudo, crianças e adolescentes, em plena formação de consciência e caráter, são bombardeadas por uma programação de cunho imoral e amoral. E como em todo tiroteio, algumas pessoas serão atingidas por “balas perdidas” (que não têm nada de perdidas), dentre as quais muitas levaram seqüelas irreversíveis para o resto da vida.

No Congresso Nacional tramita um Projeto de Lei que diz respeito ao tipo de programação que é exibida no Brasil. Mas, como sempre, devido a pressões de quem tem dinheiro neste país, o projeto corre em passos de tartaruga. Deus sabe se ele sairá ao menos da gaveta. E caso saia não sabemos se será aprovado.

É uma coisa seriíssima e como bons cristãos que somos não podemos ficar olhando o tempo passar e com ele chegar todas as desgraças.

Graça e Paz

Francisco Edmar
MGDI