Por que somos DJC?




Tema interessante. Certamente, meditando sobre essa pergunta podemos adentrar profundamente na nossa Vocação e Missão e saber os detalhes dessa Obra de Evangelização, bem como o por que da nossa pertença ao DJC enquanto Movimento Católico de Evangelização. Isso é possível e necessário. Faremos um pouco mais adiante. No momento, quero meditar com vocês a razão de ser (a sua razão ontológica) do Discipulado de Jesus Cristo.


Nesse desejo surgem algumas perguntas: o DJC existe por si só ou possui uma razão de ser maior? E se tem, qual é essa razão? Ela dá sentido a tudo o que fazemos ou não?

Quando tratamos do significado ontológico das coisas, pessoas, objetos ou instituições, as respostas não são de fácil apreensão. O seu entendimento não é simples. Sobretudo, quando envolve temas da fé cristã.

No entanto, podemos afirmar, sem medo de errar, que o fundamento maior da nossa caminhada discipular, a nossa razão de ser, o nosso existir como movimento católico de evangelização está centrada e firmada na pessoa de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus. Se Jesus não fosse Deus e, por isso mesmo, tivesse vencido a morte e ressuscitado, a nossa fé seria vã e sem sentido (1Cor 15,14).

Entretanto, Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Venceu a morte e concedeu-nos a vida em abundância. Além disso, conforme rezamos no credo,“subiu ao céu e está sentado a direita de deus Pai todo Poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos”. Esse vir para julgar os vivos e os mortos é a Parusia de Jesus. Ou seja, a sua segunda vinda. Na primeira nasceu muito simples do seio de Maria e viveu como simplicidade até sua morte no Gólgota.

Depois da crucificação a morte não foi capaz de vencê-lo. Ele ressuscitou e deu fundamento a nossa fé. Antes de ir para junto do Pai ele deu esse mandato aos apóstolos: “ide e fazei discípulos meus todos os povos” (Mt 28,19). É um mandato missionário de fazer discípulos.

Isso, por si só, já seria capaz de dar sentido a toda a vida e missão do DJC, pois, a final de contas, foi um desejo explicito do Bom Mestre que os seguidores continuassem fazendo o que ele fazia. A bem da verdade foi Ele quem deu o exemplo formando a primeira comunidade de discípulos, o grupo dos Doze. Fazendo quis deixar o exemplo, o testemunho para as gerações futuras. Porém, podemos avançar mais um pouco na nossa reflexão.

Antes mesmo de deixar claro o desejo missionário para os seus, o Senhor realizou, ao longo de vários capítulos do Evangelho de São João, um pedido muito forte aos seus: que continuassem, após a sua partida, sendo discípulos. Os capítulos 15, 16 e 17 de São João são testemunhos inconfundíveis desse desejo de Jesus. Como nada do que Ele fazia era por acaso (sempre tinha um propósito escondido) podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que o Jesus queria que, antes de formarem discípulos, os apóstolos fossem, eles mesmos, discípulos. Esse detalhe dá mais substância e sentido à nossa vocação e missão como DJC, qual seja “ser e formar discípulos”.

Na segunda vinda, entretanto, ele virá com toda a sua Majestade e Poder. Majestade e poder concedidas pelo Pai. Ao simples pronunciar do nome de Jesus, “todo joelho se dobrará no céu, na terra e nos infernos” (Fl 2,10). Por isso, nesse tempo de espera, tempo da Igreja, vivemos a alegre esperança da volta do Senhor. De certa forma, isso acalenta os nossos corações diante dos cansaços oriundos da evangelização diária. A certeza, pela fé, que Ele vai voltar nos leva além... nos faz dar novos passos. Nos faz evangelizar, “sendo e fazendo discípulos”, como mais Unção e Parresia. Aqui está o outro pilar do ser discipulado: a Parusia de Jesus.

Além do mais, o DJC, cheio do Espírito Santo, entende que aquela que é cheia do Espírito Santo, Maria Santíssima, é modelo de seguimento (discipulado) para todos nós. E outra grande seta que nos guia no caminho da nossa Vocação e Missão.
São Paulo, o grande Apóstolo dos Gentios (pagãos), é o grande Baluarte dessa obra. Pelo modo como viveu e evangelizou, ele tornou-se testemunho vivo de que o DJC está, seguindo os seus passos, no caminho certo. Ele mostrou que o sonho da evangelização com unção, parresia e organização é passível de ser concretizado.

Todos os santos, ao seu modo e superando as intempéries históricas e de fé do seu tempo, mostraram que o discipulado (seguimento) de Jesus Cristo é possível e real.

Por fim, e não menos importante, lembramos que a Igreja, seguindo o mandato de Jesus e o exemplo de Maria e Paulo, sempre insistiu nessa necessidade de ser e fazer discípulos.

Com outras palavras e linguagem e em outros momentos históricos, a Santa Mãe Igreja sempre impeliu os seus filhos a essa verdade. O DJC não criou nada. Apenas, bebendo nas fontes mais primarias da Igreja e vendo a necessidade dos tempos atuais, foi se estruturando como conhecemos. E, nos últimos 10 ou 11 anos, ela (a Igreja) vem batendo, sucessivas vezes, nessa tecla.

É a partir de tudo isso que se fundamenta a nossa Vocação e Missão. E a partir daí que podemos exclamar em alto e bom som que é necessário “reavivar e desenvolver a vida cristã-batismal na perspectiva do seguimento de Jesus Cristo”. E, a partir disso, nascem as Quatro Dimensões fundantes dos DJC, a saber: Espiritualidade, Testemunho, Apostolado e Eclesialidade. Elas são como que quatro pernas de uma cadeira. Sustentam toda a nossa caminhada.

E, sempre no rumo do “ser e fazer discípulos”, o nosso Movimento foi criando caminhos e meios para nos colocar no caminho de Jesus: Irmanador, MOPDs, encontros, retiros, congressos, Fraternidades, dentre outros. Então o ser discipulado, implica seguir todos esses parâmetros.

Francisco Edmar
MGDI