Queria com este texto contribuir com a nossa reflexão a cerca
do processo vocacional para o Compromisso de Aliança no DJC para o ano de 2013
e para os anos vindouros. Já parto do pressuposto que, mesmo com os
contratempos do ano de 2012, ele não será interrompido e que, na sua
continuidade, necessita ser aprimorado para estar em consonância com a nossa vocação
e missão.
Primeiramente é importante dizer que o processo de
discernimento vocacional para o compromisso de aliança, que se faz
especificamente dentro dos encontros vocacionais, faz parte do conjunto da
caminhada cristã. Não está desconexo, algo a parte. Até porque se pressupõe que
aquela pessoa que deseja participar dos encontros vocacionais já é alguém que
conhece pelo menos razoavelmente a obra. E só conhece razoavelmente quem já tem
um certo tempo de caminhada. Portanto, o vocacionado não é, e nunca poderá ser,
espaço para alguém que cai de paraquedas. Os espaços para as excepcionalidades
se tornam cada vez menores, e passam a ser obra exclusiva e explicita do Espírito
Santo. Mas o mesmo Espírito Santo que pode realizar isso prefere agir dentro do
processo de crescimento, que implica caminhos cada vez mais claros e objetivos
sem cair, claro, na letra morta.
Outro ponto importante é que o número de vocacionados não é determinante para o bom êxito
do processo. O número de vocacionados, como número morto, não representa muito.
Para muitas pessoas o vocacionado está sendo fecundo e frutífero se estiver reunindo
muita gente. Percebo que isso deve, paulatinamente, ser desconstruído entre
nós. Se tivermos 1 ou 100 vocacionados o DJC está crescendo. O ruim seria que
não tivesse nenhum. Quando temos poucos vocacionados, mas comprometidos com o
processo de crescimento, isso já é de grande valia do DJC.
Na verdade vejo que poderíamos até mesmo, sem casuísmos ou
engessamentos, fechar um número máximo de vocacionados, a fim de garantir e
facilitar o acompanhamento dos vocacionados. Poderemos meditar isso mais profundamente.
Mas a ideia básica é garantir o bom êxito do processo vocacional a partir, quem
sabe, da redução do número de vocacionados por turma. E digo isso porque hoje,
com altos e baixos, o núcleo dos comprometidos de aliança está bem formado. Se
todos fizerem bem sua parte, o número de DCAs é satisfatório para garantir a
execução dos ministérios básicos da Obra. Certamente esse é um assunto polêmico
e secundário na nossa meditação e pode ser deixado para depois.
Logo depois é importante apontar que nesses encontros
vocacionais seja intenso, tanto em oração como em estudo, o aprofundamento dos
pressupostos básicos da obra DJC. Nesse sentido, vejo que a confecção de um
livro básico é de suma importância para direcionar o crescimento dos discípulos
no seu discernimento vocacional. Além do estatuto, que é de caráter obrigatório,
textos que falem o que somos e o que fazemos são importantíssimos para o bom
andamento do processo e garantem que o mínimo seja repassado. Textos soltos são
bons, mas como o próprio nome diz podem assumir apenas o caráter de solto e não
passar o caráter de unidade que o processo de discernimento vocacional tem e
precisa.
Também é importante meditar a cerca da pessoa (ou das
pessoas) responsável pelo acompanhamento do processo vocacional. Vejo que o
Ministro Geral das Vocações assume papel preponderante nesse processo sem, no
entanto, ser único e insubstituível. A história passada e recente mostra que a
centralização do processo de acompanhamento vocacional, embora revestido de
outras roupagens, não tem atingido o êxito devido.
E tento me explicar. Num primeiro plano esse ministro é
limitado no tempo e no espaço. Depois ele não consegue acompanhar o dia a dia
do discípulo. Quem acompanha mais diretamente é o Acompanhante Local. É ele
quem sabe como o discípulo está caminhando e, desta forma, tem mais capacidade
de direcionar a caminhada desse discípulo rumo ao compromisso de aliança. Se já
possuíssemos um grupo considerável de consagrados a história seria outra. Mas,
no momento (e quem sabe tão cedo) não temos este grupo.
Por isso, percebo que o Acompanhante Local pode assumir, cada
vez mais, papel importante no processo de discernimento vocacional. Certamente,
se alude a ideia de que o Acompanhante Local é um DCA e uma pessoa que já
possui certa experiência de caminhada e que vai estar em comunhão de espírito e
de fato com o ministro geral das vocações, sobretudo através de conversas
constantes.
De forma mais concreta, embora o Acompanhante Local, de forma
isolada e sem a devida orientação, não possa direcionar todo o processo
vocacional, vejo que ele é peça fundamental nessa engrenagem, uma vez que esse
DCA, ao que tudo indica, sai daquele DJC Local para o processo vocacional e
para lá volta para servir já como DCA. Dessa forma, quanto mais o Acompanhante
Local participar do processo de discernimento e orientação vocacional melhor
será para os encaminhamentos e para a convivência futura com aquele futuro DCA.
Quanto ao Ministro Geral das Vocações ele pode se reunir
quatro vezes por ano com os vocacionados. No entanto, esse encontro não seria
durante a semana, numa noite, mas seria especial, com a duração de um dia
inteiro. E nenhum vocacionado poderia faltar nenhum deles, sob pena de ser
excluído do processo. Nesses encontros seria aprofundados tudo aquilo que,
inicialmente, já havia sido encaminhado no DJC Local.
Durante o encontro, a cada três meses, mais pessoas do
Conselho Geral poderiam ser colocadas para acompanhar o Ministro Geral das Vocações
nesse discernimento, através de orações e orientações. Logo após todos poderiam
se reunir, em clima de discernimento, e colocar as suas impressões a cerca do
candidato ao Compromisso de Aliança. Entretanto, permanece a premissa de que a
palavra final do processo deverá ser do Ministro Geral das Vocações em
consonância com a do Acompanhante Geral. No entanto, além desses dois
discernimentos mais pessoas poderiam ser envolvidas.
Vislumbro, dessa forma, que o processo dos encontros
vocacionais dentro do DJC poderia crescer em qualidade, na medida em que o
acompanhamento se daria em duas vias (geral e local) e o candidato poderia ser
melhor direcionado em todos os sentidos. Em outras palavras, as amarrações do
processo ficariam mais fortes. Hoje já se dá em duas vias, mas de maneira muito
tênue, sem algo mais discernido e implementado.
O próprio livro base para os vocacionados poderia ser dividido
em quatro partes, para que cada parte pudesse ser utilizada em cada encontro.
Além do encontro formativo, que poderia levar toda a parte da manhã, poderia
ser utilizada a parte da tarde para o acompanhamento personalizado de cada
discípulo.
Tais meditações vão de encontro da busca de caminhos para
efetivar cada vez mais a nossa vocação e missão enquanto Movimento Católico de
Evangelização.
Francisco Edmar
MGDI