Amo o Discipulado: por isso sou contribuinte fiel.

“Quanto à coleta em favor dos irmãos, façam como eu ordenei às igrejas da Galácia. Todo primeiro dia da semana, cada um coloque de lado aquilo que conseguiu economizar; desse modo, vocês não precisarão esperar que eu chegue para fazer a coleta. Quando eu chegar, mandarei com uma carta minha aqueles que vocês tiverem escolhido para levar suas ofertas a Jerusalém. Se for conveniente que eu mesmo vá, eles farão a viagem comigo” (1Cor 16,1-4).

“Entretanto, qualquer que seja o ponto a que chegamos, caminhemos na mesma direção” (Fl 3,16). Esta era a orientação que São Paulo dava aos primeiros cristãos. Com estas palavras o Apóstolo queria manter acessa a chama do primeiro amor no coração daqueles que haviam feito a sua opção fundamental por Jesus.

Uma das grandes tentações que nos rodeia todos os dias, e que pode atrofiar de uma vez por todas a caminhada cristã, é o esfriamento, a tibieza. Entramos em estado de tibieza, em outras palavras, quando não fazemos mais o que deveríamos fazer com amor, unção, parresia e, quando necessário, sacrifício.

Quase sempre que falamos em tibieza, nos referimos à dimensão da espiritualidade. De fato, tibieza é uma fraqueza, uma preguiça espiritual. Mas como todas as dimensões de nossa vida estão intimamente inter-relacionadas, de tal forma que não podemos separá-las, é importante também frisar que existem conseqüências negativas desta fraqueza espiritual, pois, a bem da verdade, toda falta ou pecado cometido é fruto de uma espiritualidade que há muito vinha se arrastando e sendo carregada a meio toque.

Queria agora escrever um pouco sobre as conseqüências nefastas da tibieza sobre algumas coisas práticas e imprescindíveis da caminhada discipular, particularmente no que se refere à vida e missão do DJC.

A primeira delas, e uma das mais importantes, é o deixar de contribuir financeiramente mensalmente com a vida e missão do DJC através da Contribuição Fiel. Não que o dinheiro seja o mais importante. Sempre fomos ensinados que o mais importante é a própria pessoa. Mas se isso é verdade, é verdade também que uma conversão autêntica e madura passa pelo bolso.

Desde o começo do DJC sabemos que não existe valor estipulado para esta contribuição. Contribuímos de acordo com a nossa disponibilidade financeira e abertura do coração. Qualquer valor, dentro destes dois critérios mencionados, já é de grande valia.

Certamente, ninguém do DJC, por mais pobre que seja, esteja sem condições de pagar a sua contribuição fiel. Não é possível nem sequer argumentar que não tem dinheiro: é qualquer valor. O DJC não nos pede mais do que aquilo que podemos dar. Por isso, mesmo quem passa por dificuldades financeiras, tem condições de contribuir nem que seja com pouco.

No entanto, encontramos um caso grave que tem se repetido, para o mal de toda a obra, com certa freqüência. Pessoas que podem contribuir, não estão contribuindo. São pessoas que compram vários aparelhos eletrônicos, vão a passeios, a pizzarias e restaurantes, compram carros, motos, esbanjam dinheiro em shows e com amigos, mas simplesmente não contribuem com um centavo para a manutenção da Obra DJC.

Usam o espaço do DJC, com luz, água e espaço físico, mas nem são dão conta de que tudo isso custa caro. O DJC tem que angariar fundos para a manutenção e limpeza da casa (terreno), contas de água e luz, pagamento de IPTU, construções e ampliações que precisam ser feitas, prestações (de todas as naturezas) que precisam ser pagas e daí por diante. Tudo isso só se faz com dinheiro.

E dinheiro vem de algum lugar. Para as empresas vem do lucro que obtém. No caso do DJC, como é uma instituição sem fins lucrativos, aquilo que mantém a obra vem dos próprios membros e servidores, através da sua Contribuição Fiel. Sem ela corre-se o risco de comprometermos o trabalho de evangelização.

Não queremos dizer que as pessoas que trabalham não possam ir construindo o seu patrimônio e adquirindo aquilo que necessitam ou que desejam. Absolutamente, não se trata disso. Todos nós temos o direito (e a responsabilidade) de ir garantindo o nosso futuro e o sustento dos nossos entes queridos.

Mas por qual motivo vamos construindo este futuro? Sem sombra de dúvidas pensando no nosso próprio bem e no bem das pessoas que amamos. Certo? Por isso, se você pensa no bem do DJC deve ir tirando, daquilo que Deus lhe concede, um pouco para ajudar na construção desta obra. O seu pouco, com o pouco de outro e mais outro, vai favorecendo a manutenção desta obra maravilhosa.

Neste momento é preciso colocar a mão na consciência e refletir: que amor é esse que tenho pelo meu DJC? Vejo-o, muitas e muitas vezes, em sérios apuros financeiros e não movo nenhuma palha? Onde está o meu amor ágape, o meu amor doação? Será que é um amor que só ama enquanto não exige sacrifício e renúncia? Será que apenas uso aquilo que ele me oferece, mas eu mesmo não posso oferecê-lo o mínimo?

Lembre-se do que disse São Paulo: “todo primeiro dia da semana, cada um coloque de lado aquilo que conseguiu economizar”.

Com a ajuda do Espírito Santo e com muita humildade meditemos sobre estes questionamentos.

Graça e Paz a todos!

Francisco Edmar de S. Silva
MGDI