Pedofilia: mídia e Igreja



“Por isso eu lhe digo: você é Pedro, e sobre essa pedra construirei a minha Igreja, e o poder da morte nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18)

Pedofilia, etimologicamente, significa “amigo da criança”. No entanto, na prática, um pedófilo é um individuo, do sexo masculino ou feminino, que sente atração sexual por uma criança (portanto, esta atração, por si só, é algo doentio). Este indivíduo pode já ter alcançado a idade adulta ou ainda ser um adolescente.

As suas causas ainda são desconhecidas. Sabe-se apenas que, em alguns casos, pode haver uma correlação entre o ato de pedofilia e alguns condicionantes biológicos, sobretudo ligados às atividades cerebrais (falta de massa cerebral branca). Alguns pesquisadores, ainda, apontam para uma ligação entre abusos sexuais sofridos na infância e desenvolvimento da atração por crianças. No entanto, isso vem sendo contestado. Algumas outras pistas foram levantadas, tais como: baixa auto-estima, dificuldades de relacionamento social, QI baixo, graves ferimentos na cabeça que causaram perda de consciência, dentre outros.

A pedofilia, na maior parte dos países, se constitui num crime hediondo, ou seja, é algo “depravado, vicioso, sórdido, imundo, repelente, repulsivo, horrendo, sinistro, pavoroso, medonho, que cheira mal; fedorento”. Por isso, nenhum cidadão de bem pode coadunar com a idéia de que quem pratica tal ato deve ficar impune. Esta hipótese fica veementemente descartada por qualquer pessoa de bom senso.

Para os cristãos, tendo o evangelho e os ensinamentos da Igreja como balizas, esta possibilidade torna-se inexeqüível. Uma vez ficando comprovado, através de uma investigação séria e imparcial, que uma determinada pessoa, religiosa ou leiga, está envolvida num crime de pedofilia, o único caminho é a punição.

Porém, é importante destacar que os atos de pedofilia, na grande maioria dos casos são cometidos por pessoas bem próximas à criança, de maneira muito particular por parentes próximos. E também, na grande maioria dos casos, tais atos permanecem impunes, pois quase sempre são encobertos pela família e nem sequer são denunciados a policia.

Nas últimas semanas, tanto a mídia mundial como a nacional, quase que numa orquestração coincidente, tem mostrado casos de pedofilia em meios católicos. Catequistas, Padres e Bispos estão no centro de um turbilhão de denúncias. Agora, por último, a todo custo, querem atingir a figura do Papa Bento XVI.

Sabemos que por de trás desta sede de manchar a imagem do Papa esta a sede de manchar a imagem da Igreja. E por quê? Simplesmente porque a Igreja Católica, sendo a maior e mais importante instituição do planeta, tem se posicionado energicamente contrária à “cultura de morte” propagandeada por uma pequena parcela da sociedade atual: aborto, crianças anencéfalas, pesquisas com células tronco-embrionárias, pílula do dia seguinte, uso de preservativos, guerras e etc.

Atingido o Papa, sua principal autoridade, tenta-se tirar a credibilidade da Igreja. Mas será que é possível tirar a credibilidade de uma instituição que tem mais de dois mil anos de história e que realiza um trabalho religioso e social sublime e estupendo a nível planetário? Certamente, não.

Sem sombra de dúvidas, todos os envolvidos, apuradas as devidas participações e proporções, devem receber uma punição exemplar, de tal modo que possam pagar pelo mal que fizeram. Ninguém deve ser poupado, sobretudo aqueles que agiram de forma deliberada, fazendo o uso pleno de sua liberdade e consciência. Não se pode proteger ninguém, independente do cargo ou da missão que assumam dentro da Igreja. Isso seria claramente contrário ao evangelho e as leis vigentes, bem como do bom senso humano.

Outrossim, deve-se punir também outros tipos de pedófilos, espalhados nas mais diversas classes sociais: médicos, advogados, juízes, políticos, jornalistas, motoristas, pais, tios, irmãos e etc. A mesma sede de justiça que temos visto para com a Igreja tem que existir também para estas outras classes sociais, para não cairmos na ignorância da parcialidade ou do simples desejo de atingir alguém ou algo a qualquer custo, sem que nada seja comprovado ou sem lhes conceder amplo direito de defesa.

Por fim, rezemos sempre por estes nossos irmãos que, na sua fraqueza e libertinagem, estão envolvidos nestes casos abonáveis. Peçamos ao Senhor que guie sempre a sua Igreja, de tal forma que “as portas do inferno não prevaleçam sobre ela”.

Graça e Paz a todos.

Francisco Edmar de S. Silva
MGDI