Quem conhece a Jesus muda de vida



Nas últimas décadas, paulatinamente, muitos católicos, infelizmente, estão deixando de vivenciar e proclamar a verdadeira fé em Jesus Cristo. Os dados do censo demográfico que o IBGE divulga a cada dez anos mostram claramente esta realidade. Isso é algo extremamente preocupante e nos faz pensar o(s) motivo(s) de tudo isso estar acontecendo.

É sabido por todos que muitos destes católicos, por falta de formação, estão migrando para outras denominações cristãs. Outros para denominações religiosas não-cristãs. Outros para seitas que nada têm de parentesco com o cristianismo. Outros, ainda, estão abdicando completamente da fé e enveredando-se completamente pelo caminho do ateísmo. De qualquer ângulo de visão o assunto requer discernimento.

A Palavra de Deus nos alerta em relação a esta condição: “como entre o povo antigo houve falsos profetas, também entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão sorrateiramente facções perniciosas, chegando até a renegar o Soberano que os resgatou. Eles atrairão sobre si repentina perdição” (2Pd 2,1)

Isso é uma verdade inconteste. Porém, meditando em toda a caminhada do cristianismo, é possível perceber que não são somente os falsos profetas os responsáveis por todo este cenário. Os falsos doutores e profetas sempre existiram e vão existir (2Pd 2,1). Eles são frutos da grande ação do inimigo de Cristo para dividir a Igreja.

No entanto, o que mais agrava este já deplorável cenário, é o modo como muitos cristãos católicos se comportam; como vivem e testemunham sua fé. É um modo tão falho que quem olha nunca pode enxergar Jesus. Fala-se uma coisa e, na prática, se vê outra. É uma verdadeira contradição performativa.

Padre Zezinho, em uma de suas músicas (cantiga por um ateu), já dizia: “em meu país cristão. Às vezes muita gente não crê no que acredita e afasta o seu irmão da religião”.

E, em algumas vezes, é isso mesmo. As pessoas olham para os cristãos e dizem: não vale a pena seguir Jesus, pois aqueles que dizem segui-lo não mudam em nada o seu modo de viver. Continuam da mesma forma, fazendo as mesmas coisas, freqüentando os mesmos lugares, mantendo o mesmo nível de conversas de antes, escutando as mesmas músicas, vendo e escutando os mesmos programas.

Não há metanóia. Não há conversão. Não há mudança de caminho. O caminho continua o mesmo. Por isso, para quem está olhando de fora, não percebe mudança. E se não há mudança não se cria uma condição diferente que possa atrair mais pessoas para a Igreja.

Muitos cristãos não somente não vivenciam a fé em Jesus, mas se tornam verdadeiros pagãos batizados. Tornam-se contra testemunhos vivos. Não são sal e luz no mundo (Mt 5,13). Muito pelo contrário. Pelo modo como vivem se tornam inimigos da cruz de Cristo (Fl 3,18). Tornam-se novos Judas Iscariotes.

A prática destes filhos de Deus mais se parece com a dos filhos das trevas (1Ts 5,4-5). E isso, sem sombra de dúvidas, é motivo de tristeza profunda para o coração de Jesus, pois o próprio Senhor falou: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).

Meus irmãos e irmãs, o testemunho faz com que as palavras se tornem concretas e não fiquem somente ‘soltas ao ar’. As palavras são extremamente necessárias, pois são as que primeiro chegam aos nossos ouvidos e corações. Mais se estas palavras não vêem acompanhadas de atos, ou seja, do testemunho de vida, elas perdem todo o seu valor. O que edifica mesmo é o testemunho.

Mais de uma vez Jesus disse a seus discípulos que iria morrer para salvação deles e de toda humanidade (Mt 16,21). Ele não ficou somente nas palavras, mas de fato morreu. Por isso, quando os discípulos tiveram a certeza da ressurreição de Jesus não puderam mais lutar contra este testemunho que Jesus tinha dado. Assim sendo, mesmo com medo de serem presos e mortos, foram impelidos a saírem do lugar onde estavam trancados para anunciar a Boa Nova da ressurreição. Essa é a força do testemunho!

Assim deve acontecer conosco: as pessoas devem olhar para nossas vidas e enxergarem Jesus. Estas pessoas vendo Jesus poderão anunciá-lo a outras pessoas. Este ciclo continuará e Jesus sempre será anunciado por meio de palavras e, sobretudo, por meio do testemunho vivo que cada um dará.

Cresçamos nesta graça.

Graça e Paz!

Francisco Edmar de S. Silva
MGDI